Exposição completa sobre Amyr Klink retrata expedições do navegador
Mostra está em cartaz no Espaço Cultural Conjunto Nacional, em São Paulo. Há 30 anos, Klink fez a travessia do Oceano Atlântico num barco a remo.
Uma exposição completa sobre a trajetória de Amyr Klink está em cartaz no Espaço Cultural Conjunto Nacional, em São Paulo. Há 30 anos, o navegador realizou uma proeza que o tornaria famoso no mundo inteiro: a travessia do Oceano Atlântico num barco a remo.
A mostra ‘Linha d´água’ retrata tanto essa primeira travessia do Atlântico em 1984, como a volta ao mundo de 1998 e a de 2003, feitas em outros barcos.
Em entrevista ao Estúdio i nesta quinta-feira (25), Amyr Klink disse que não foram difíceis nem desconfortáveis os 101 dias da travessia do Atlântico. Ele remou 7 mil quilômetros, partindo da costa da Namíbia, na África, e chegando na Bahia.
“Perto das viagens que a gente faz hoje, eu acho aquela tão mais simples. Não tinha burocracia, não tinha o trânsito que tem hoje. O mundo mudou muito em 30 anos. É incrível, mas hoje nós temos problemas de trânsito em alto mar. Acho que é um baita privilégio poder fazer, quando a gente tem menos compromissos sérios na vida, quando está mais ou menos jovem ainda. Foi divertido fazer”, contou sorrindo.
Para o navegador e escritor, a viagem também serviu para estudar e entender a conexão entre História e Literatura.
“Eu vivi o privilégio da ignorância. Várias vezes, durante uma semana ou mais, eu não tinha a menor ideia da onde eu estava. E esse privilégio da ignorância a gente não tem nos dias de hoje. Mas foi uma viagem que me fez estudar a história dos Descobrimentos, a poesia portuguesa. Então, tinha muita conexão interessante entre a rota e os escritos, por exemplo, de (Luís de) Camões, do próprio (Fernando) Pessoa. Então, assim, foi uma experiência engraçada. Ela era maior do que a travessia em si”, disse.
Fonte: Portal G1