No aniversário do Hemepar, Amyr Klink destaca o valor da solidariedade
A rede pública de bancos de sangue do Paraná comemora 30 anos de história em 2012. Para marcar a data e abrir o Encontro da Hemorrede estadual, a Secretaria da Saúde promoveu nesta segunda-feira (20) a palestra “Cidadania e protagonismo com a vida: esse barco também é seu”, com Amyr Klink, navegador que atravessou o atlântico sul sozinho em um barco a remo. Klink contou as experiências que viveu em suas viagens marítimas e destacou a importância da solidariedade e do comprometimento para um mundo melhor.
Segundo ele, ajudar ao próximo, sem ao menos o conhecer, torna a doação de sangue um ato de solidariedade. “Devemos valorizar o ser humano. Todos os dias temos contato com milhares de pessoas, direta ou indiretamente. Muitas vezes não conhecemos a pessoa da manutenção que garante a nossa eletricidade, mas ele contribui de alguma forma para o nosso cotidiano. E a doação de sangue segue a mesma lógica”.
Klink também falou sobre o respeito que devemos ter com todas as pessoas que compõe um processo de trabalho. “Para atingir o nível de excelência, devemos misturar tecnologia de ponta com o conhecimento de ponta”, enfatizou. O encontro da Hemorrede serve justamente para isso. Até esta terça-feira (20), funcionários das unidades do Hemepar estarão reunidos em Curitiba para tratar das perspectivas da política de sangue no Estado. Todo o processo de trabalho está sendo discutido, desde a coleta, armazenamento, processamento, transfusão, até a distribuição de sangue e hemoderivados.
Hemepar – O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) foi criado em 1982 para gerenciar todo o processo de abastecimento de sangue no Estado. Na época, seis hospitais da rede pública de saúde eram atendidos. 30 anos depois, o Hemepar tem unidades em 22 municípios e atende 384 hospitais de todo o Estado.
“Hoje, a marca Hemepar é reconhecida pelo sangue seguro e de qualidade que é oferecido à população. Nesses 30 anos, também devemos homenagear a figura central que faz tudo isso acontecer: o doador voluntário de sangue”, afirmou o secretário da Saúde em exercício, René José Moreira dos Santos.
Desde 2011, a Secretaria da Saúde está investindo na qualificação do processo de trabalho e da estrutura do Hemepar em todo o Estado. São nove unidades de coleta e transfusão de sangue, oito hemonúcleos, quatro hemocentros regionais e um hemocentro coordenador (Curitiba), que, até 2014, receberão recursos para reforma, ampliação, construção e aquisição de equipamentos.
Somente em 2013, o orçamento da Saúde destinará R$ 41 milhões ao Hemepar, sendo que R$ 10 milhões serão aplicados exclusivamente em investimentos. “O doador voluntário terá uma estrutura confortável e segura para realizar o seu ato de solidariedade. Isso também nos ajuda na fidelização do doador, visto que a demanda por sangue tem aumentado nos últimos anos”, disse o diretor geral do Hemepar, Paulo Roberto Hatschbach.
Transplantes, cirurgias e, principalmente, acidentes de trânsito são alguns dos casos que o paciente necessita de sangue. Uma doação pode beneficiar até quatro pessoas. Para doar, o voluntário deve ter entre 16 e 65 anos e procurar uma unidade de coleta mais próxima de sua casa para realizar os exames necessários. Se a saúde estiver em dia, a doação pode acontecer logo após os exames.
Todas as unidades da hemorrede recebem mensalmente 12 mil pessoas aptas a doar sangue. Além disso, são realizados 96 mil exames sorológicos, 25 mil processamentos de hemocomponentes e 20 mil transfusões de sangue. A rede atende ainda 1.293 pacientes portadores de coagulopatias e hemoglobinopatias, conhecidas como doenças do sangue, e que precisam de hemoderivados para sobreviver.
Para o coordenador nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, a hemorrede do Paraná é exemplo de organização para todo país. “O Paraná foi o primeiro Estado do sul a estruturar a sua rede. Hoje, todo o país tem serviços parecidos, o que nos permite dizer que o melhor sangue distribuído no Brasil provém do Sistema Único de Saúde”, explicou.
A rede pública de bancos de sangue segue parâmetros rígidos de segurança. O sistema de controle de qualidade foi aperfeiçoado após o crescente avanço da transmissão do HIV, que também pode ocorrer através da transfusão de sangue infectado.
Créditos Secretaria Estadual de Saúde.